Saturday, November 14, 2009

Pára tempo, pára!


Não, não é medo de envelhecer (embora até haja uma ligeira agitação interior quando penso nisso, mas é outra conversa!…). É mesmo o espanto de ver o tempo passar a uma velocidade impressionante e sentir que não se tem qualquer controlo nisso. Só podemos mesmo desfrutar o momento! Vinha a pensar nisto quando fazia, uma vez mais, o percurso Braga-Maia pela A3. Desde que regressei do México, dei-me conta que conduzo a uma velocidade muito mais reduzida. Nada me apressa, mesmo com hora marcada ou com a necessidade de fazer meia dúzia de tarefas quando só há mesmo tempo para fazer metade. Sinto-me numa fase mais descontraída no que diz respeito ao “tempo”. Sim, gostaria de ter menos responsabilidades e poder dedicar mais desse tempo a moi-même, mas até fica mal queixar-me. Não me queixo. Somente por vezes desejava que o dia tivesse 48 horas para ter a oportunidade de fazer o que gosto (para além do trabalho...). Num flash, voltei à casa da minha Avó. Ali estava eu, de bracitos pousados no parapeito da varanda, distraída a olhar para as casas ao fundo da rua e a pensar. Pensava que andar na escola primária era muito mais chato que no infantário, porque tinha muitas “responsabilidades”. Claro que na altura não lhe chamava responsabilidades ou obrigações, mas era a vida dura de chegar a casa depois de uma manhã intensa de aulas com uma Professora que sempre me deu a sensação que não ia com a minha cara, e ter de fazer os “trabalhos de casa” em vez de poder desfrutar a tarde completa a brincar. É lixado!... É muito bom crescer, sem dúvida. Mas às vezes é mesmo lixado…



Moi-même no infantário! Como detestava esta bata...

4 comments:

  1. Olá Silvia,

    Um dia pára. Só não sabemos é quando chega o momento em que o nosso tempo pára. Por vezes, é quando menos esperamos: paramos de vez e nem damos conta disso. Mas também acontece estarmos quase, quase a parar e, de repente, voltamos a arrancar para a vida. E cada vez mais vezes o último tempo anuncia-se, deixando-nos à espera — uns com serenidade, sinal de que aproveitaram bem o seu tempo, outros ansiosos, talvez por já estarem cansados de tanto tempo, outros ainda inconformados, porque não aproveitaram bem o seu tempo. Mas, enquanto estamos vivos, estamos sempre a tempo...

    Alexandre Correia

    PS — Em tempo, sonhava retirar-me aos 40, para livrar-me de responsabilidades e gozar o tempo que me falta só a brincar. Mas o tempo passou e esqueci-me que passei os 40 há 5 anos. Quem sabe se aos 50 ainda vou a tempo?

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  2. Pois é... o tempo voa. Todos queremos um dia de 48 horas, mas será que isso seria o suficiente?
    Vieste com outro ritmo do México.

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  3. Olá Alexandre,

    Tem toda a razão, um dia o tempo pára. Faço por não pensar muito nisso, mas tento viver com consciência disso. E quando “o último tempo se anunciar” espero poder ser daqueles que o aguarda com muita serenidade! Até lá, devo tentar aproveitar cada momento bom que a vida me presenteia, e lidar da melhor forma com aqueles menos bons (que são bons também porque nos fazem valorizar o que tem realmente valor).

    Abraço
    Silvia

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  4. Olá Gimbras,

    O tempo voa mesmo… por isso é que o devemos aproveitar bem! E realmente é como dizes, se tivessemos dias com 48 horas se calhar queriamos que fossem de 72… Viva a insatisfação humana! E embora o ritmo mexicano seja (sem qualquer dúvida) muito mais desacelerado do que o nosso, é mesmo a forma como “vives o tempo” que faz a diferença. O factor stress consegue absorver muita energia boa do dia-a-dia e isso sim, é um desperdício. A calma e tranquilidade pode não dar mais tempo, mas dá qualidade ao que vivemos. Claro que “falar é muito fácil”, mas…

    Abraço,
    Silvia

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