Wednesday, January 20, 2010

Biodanza II


Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio”, Heráclito

Faz sentido se pensarmos que as águas mudam (movimento constante) e nós também. É a dinâmica da vida, a metamorfose. Cada um deve reflectir e ajustar este pensamento à sua realidade.


Camargo, México 2009

2 comments:

  1. "A água nunca corre duas vezes por baixo da mesma ponte" — Ditado Popular

    Olá Silvia,

    Interrogo-me frequentemente se a nossa essência alguma vez muda em todo o percurso de uma vida, mas tirando isso, todos nós mudamos dia após dia, ou é normal que isso suceda. Por exemplo, mudamos de opinião, o que na maioria dos casos é considerado como um sinal de fraqueza quando, na realidade, em muitos casos devia ser reconhecido como um sinal de maturidade, precisamente por revelar a capacidade de ver outras perspectivas para a mesma questão ou situação. Mudamos de casa, mudamos de carro, mudamos de camisa, de emprego, de companhia. Até mudamos de vida ou, pelo menos, pensamos nisso uma porção de vezes ao longo da vida. De todas as mudanças, às vezes nem mudar de camisa é uma situação tranquila, pois há quem nunca se sinta bem com a que tem vestida e revolva todos os cabides até encontrar uma que lhe assente bem, ou simplesmente desista de escolher e estique o braço até pegar na primeira em que tocar. Mudar de emprego ainda é pior; uma proposta para largarmos um emprego onde mesmo que não nos sintamos realizados, temos o conforto de já sabermos com o que contamos, é sempre motivo de grande reflexão, acompanhada por alguma resistência, como se fosse um duelo entre a boa e a má consciência. Pior ainda é quando se trata de mudar de companhia. Deixarmos alguém para trás da nossa vida, mesmo que isso seja desejado com imenso alívio, cria inevitavelmente uma sensação de algum vazio que, por vezes, desperta dúvidas e lança medos. Mudar de vida é, de longe, o mais difícil. Talvez porque não haja nenhuma mudança que exija tanta coragem e determinação como essa. Ao contrário das opiniões, dos carros, das casas, das camisas, dos empregos, das companhias, até dos amigos que julgávamos que nunca iríamos trocar mas que acabamos por mudar, muito poucos são os que conseguem mesmo mudar de vida. Ao reflectir sobre isso, como a Silvia sugere, dou-me conta que já mudei tudo na minha vida menos mudar de vida. E como me considero suficientemente corajoso e determinado quando sinto que devo mudar algo, se já mudei tudo menos de vida, é porque gosto da minha vida. E ainda bem que gosto. Mas se quisermos continuar a usar a água como fonte de inspiração, bem a propósito, ou não seja o elemento mais indispensável para a própria vida, podemos continuar a reflectir sobre o tema das mudanças partindo de outro ditado popular, bem antigo: "Nunca digas que desta água não beberás!"

    Beijo,

    Alexandre Correia

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  2. Olá Alexandre!

    O ditado popular que menciona no início do seu comentário (a sua reflexão) vai de encontro à citação que faço de Heráclito. Em relação ao último dito que refere, curiosamente, é um daqueles que uso com frequência – principalmente quando alguém me diz “eu nunca…” :)

    Obrigada pela partilha das suas ideias e palavras aqui neste meu cantinho!

    Abraço

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